terça-feira, 31 de outubro de 2006

A frase do dia

Um povo que não respeita a sua história ou, pior do que isso, que "adapta" a história ao bel-prazer do momento, é um povo sem memória e, a prazo, condenado.
João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos.

É disto que o meu povo gosta

Floribella esmagada por freira

Os nossos inimigos deveriam de aprender com os nossos adversários

Os adeptos do Celtic de Glasgow prepararam uma homenagem ao malogrado Miki Fehér, para a deslocação da formação escocesa ao Estádio da Luz, no próximo dia 1 de Novembro, na 4ª jornada do Grupo F da Liga dos Campeões.
Sensibilizado com a trágica morte do avançado húngaro, em 2004, um grupo de adeptos promoveu uma iniciativa que passa pela apresentação de uma faixa de oito metros, durante o encontro. A mítica frase «You will never walk alone» será traduzida para português e, após o apito final, a faixa será entregue aos benfiquistas.
Os fundos excedentes, recolhidos para esta iniciativa, serão doados a um hospital de Lisboa. «É um gesto fantástico dos nossos adeptos e um exemplo do que são os adeptos do Celtic. A sua conduta na Europa já foi reconhecida pela UEFA e FIFA, que lhes atribuíram dois prémios de Fair Play», disse o director executivo do clube, Peter Lawell.

Via Megafone (link)

PSL

Há Liberdade (XLIII)

vagas_por_joao_radick

Vagas por João Radick

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Perdidos no escuro

Isto, isto e tudo o resto que gravita em torno do “caso” é pura perca de tempo. Fica a graça de ver MST desnorteado, a escrever coisas sem nexo, como a ideia central do seu texto no expresso deste fim-de-semana.

Fácil de entender

Hoje é dia de The Gift.
A criatividade da banda de Alcobaça não para de nos surpreender. Ao ponto de já não sabermos qualificar o lançamento de hoje. Fácil de entender é um CD ou um DVD? Ou ambos. Ou nenhum?
O que sabemos é que desta feita a prenda é de luxo. Um cd duplo, um DVD de 20 faixas e muitos extras para fãs exigentes.
Para já convido-vos a visitarem o redesenhado site da banda (link). Usem a versão em flash (link). Eles sabem o que é bom…
Voltaremos, provavelmente ainda hoje, aos the gift. Talvez recebam uma prendinha. Vocês, mas sobretudo eles.

PSL

domingo, 29 de outubro de 2006

A frase do dia

A razão humana nunca conseguiu fundar uma civilização.
Pelo contrário, a fé religiosa já fundou várias; na realidade, todas.
.
Pedro Arroja no Blasfémias.

Isto é uma espécie de magazine

Gostei do novo formato do Gato Fedorento. Mas não gostei muito, muito. Foi só assim-assim. Foi especialmente engraçado saber que afinal o MST é mesmo um plagiador. Parece que as suas crónicas no jornal A Bola são plagiadas de um taberneiro de Rio Tinto.

Nós somos campeões

Uma espécie à parte?

Diogo Infante faz a capa da revista do Expresso e diz já ter recebido mensagens homofóbicas.
Vejamos: na fotografia da capa o Diogo faz poses de gay. Veste-se como um gay e ri-se como um gay. Dentro da revista o Diogo solta todo o gay que há dentro dele. Trabalha como um gay, come como um gay, come o que um gay come, conduz como um gay. Maquilha-se como um gay. Usa brincos à gay.
O Diogo é gay. Mas que espécie de gay ele pensa que é, para não receber mensagens homofóbicas como, suponho, qualquer gay receberá?
O Diogo Infante é um actor razoável, e uma personagem levemente irritante que sempre que fala à comunicação social diz um monte de banalidades.

PSL

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Sport Lisboa e Benfica: Sempre na liderança do processo democrático

Acabei de chegar do Estádio da Luz, onde hoje há eleições.
No tempo do Estado Novo, o Benfica liderava o processo democrático com eleições livremente disputadas. Durante a “longa noite” o Benfica sempre se revelou com um farol demo-liberal.
Hoje, em tempo de liberdade, o Benfica continua a liderar o processo democrático. O voto electrónico e não presencial, tantas vezes desfraldado pela classe politica, é uma utopia ao nível do Estado, mas uma realidade no nosso querido clube.
Hoje, pelo menos em Portugal, o Benfica inaugurou um novo tempo. Um tempo em que a escolha democrática, acompanhando o ar dos tempos, é mais rápida, mais eficaz, mais justa, mais livre.
Viva o Benfica!

PSL

Porque terá a blogosfera ignorado esta notícia?

Dois Blogues portugueses entre os melhores do Mundo
Os blogues em causa são: O Diário de um Quiosque e o podcomer.

Michel Foucault e o Direito

Eu, Pedro Soares Lourenço, me confesso. Saí dos bancos da escola onde me licenciei em Direito sentindo-me um positivista, legalista, estadualista, mas acima de tudo um normativista. Aqui as referencia são o enorme e incontornável jurista austríaco Hans Kelsen. Mas também o filosofo e cientista politico Italiano Norberto Bobbio de quem sinto ter de ler muito mais.
Posta esta formação, decidi oferecer-me ao sacrifício de um banho a-normativo. Ando a dar os primeiros passos nesse calvário chamado Mestrado. Numa escola que de Direito apenas tem uma secção autónoma. Numa escola para quem a Lei é uma coisa chata a que de vez em quando se tem de obedecer para formar uns alunos e receber o dizimo do OE.
Ando à procura das Novas Fronteiras do Direito!
"Porquê, conhecias as antigas fronteiras?" provocação perspicaz de um velho amigo.
Será o Direito um jogo sem fronteiras? Se não, onde se joga esse jogo. Na Ética, na Moral, na Sociologia, na Psicologia, na Filosofia, na Política, dentro da sua própria ciência? Na economia? Em todos estes tabuleiros?
Confesso que ando em pulgas para encontrar respostas a tantas perguntas. Ou vá lá, pelo menos a alguma delas.
Mas até agora, em vez de respostas, só tenho encontrado mais, e mais perguntas!
Confesso igualmente não usar palas nos olhos. Muito pelo contrário. Luto por manter os horizontes bem abertos e arejados; mas tenho as minhas ideias (mais ou menos fixas); admito sempre que as possa mudar, mas admito também que por elas vou lutar.
Tudo isto, vejam bem, para perguntar a mim mesmo como é possível procurar fronteiras, ou outra coisa qualquer, do Direito, num pensador que disse nos seus últimos dias, ter tido “pena de nunca ter falado com juristas”?
Falo-vos de Michel Foucault. A sua obra é enorme. Apesar do seu desaparecimento há mais de vinte anos, é um autor incontornável no estudo do pensamento contemporâneo. Os senhores do CEJ apreciam-no e gostam de saber se os seus futuros alunos leram, por exemplo, o magnifico Vigiar e Punir.
Como por certo reparará o leitor atento estou nitidamente confundido!
O que é que um jurista pode encontrar de útil (conceito vago e indeterminado, este), para alem do puro gozo intelectual, em alguém que sempre desprezou o Direito, nunca se dignou a estuda-lo, nunca o reconheceu como ciência, e perto do seu leito de morte ainda ironiza com o facto de nunca ter tido contacto com juristas?

PSL

A frase do dia

Parece que com o PS, o difícil mesmo é nascer. Jorge Ferreira no Tomar Partido.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Buraco humano

A Terra é uma causa única para os indivíduos, mas é um mundo, como os seus habitantes, cheio de paradoxos desconcertantes. Nas ideias, foram as teorias individualistas de Platão, Hobbes, Rousseau que permitiram o comunismo; na civilização, deve-se à mal amada Política a condição humana de ser livre no desenvolvimento da sua personalidade; na música, Ravel não conseguia tocar as peças que compunha, assim como Bach nunca viu o instrumento pelo qual a grande maioria das suas obras seria exaustivamente tocada (o piano); e no próprio corpo humano, cuja existência se deve à respiração de algo que o mataria se o inspirasse como ar.
Mas há um paradoxo interrogativo que não é fácil de justificar na lógica da razão humana: que futuro para a humanidade (o ser, o estar, a cidade, a vida humanas, tudo!) quando o outrora primeiro seu objectivo, a preservação da espécie, é substituído pelos interesses de um (uns), em nome da razão de um estado? Não há, nem haverá, Política que sobreviva a este novo quadro de valores, antípoda do maquiavelismo.
Seja a política nuclear da Coreia do Norte e do Irão sincera ou estratégica, uma coisa é certa: não é para o bem da raça humana. Não por ser nuclear e a Coreia do Norte ou o Irão, mas antes por não obedecer ao primeiro fim absoluto da humanidade: preservar-se, garantir e respeitar vidas humanas.
Assim, a política internacional e nuclear não está dissociada dos direitos e deveres humanos e políticos. A Política não deverá nunca dissociar-se do Direito do Bem Comum.
Mas, insisto, não parece estar assimilado que, ao contrário do Mundo onde o nosso está integrado, as espécies extinguem-se e os planetas explodem para todo o sempre. E o risco cresce quando os estados oficialmente acreditam que o Mundo onde vive o deles, o nosso, existe para salvar e renascer as transitórias almas danadas. Mesmo em prejuízo da matança de outras futuras almas danadas
A posição de princípio a adoptar parece simples, apesar de não ser maioritária no planeta Terra: entre a morte e a cegueira, escolha-se a cegueira. Antes sofrer dela e combatê-la, que morrer sem alternativa de vida. E sobre qual delas realiza o fim último da humanidade, não se deve ter dúvidas. E assuma-se essa posição em todos os espaços de intervenção possíveis, pois as cavernas não se esgotam nas alegorias.

Tiros certeiros

De manhã, quando vi e ouvi esta notícia (link) não queria acreditar que pudesse ser verdade.
Mas é. Verdade!
Toda esta confusão, trapalhada, diz que disse, “o que hoje é verdade amanhã já não é bem assim – se não for mesmo mentira” que caracteriza a acção governativa começa a ser unicamente qualificável como nauseabundo. São tiros a mais no próprio casco. De um navio que já mal navega com tanto rombo.
Quem dispara certeiro é Paulo Gorjão:
Se o líder da oposição fosse outro, José Sócrates poderia estar metido em grandes sarilhos. Acontece que o Primeiro-Ministro tem um seguro de vida política chamado Luís Marques Mendes. Por mais que se esforce, justa ou injustamente, a verdade é que o presidente do PSD não é encarado pelo eleitorado como uma alternativa. Não é e parece-me que nunca será.
Está tudo dito.

PSL

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Facilitar a vida às pessoas

Em tempo de apresentação de propostas caríssimas para a revitalização da Baixa de Lisboa (já só falta propor um subsídio de penosidade para atrair novos habitantes...), José Tudella, no Público de 22 de Outubro apresenta algumas ideias, simples e baratas, como:

"um funicular [1] moderno, executado sem necessidade de demolições nem cortes de vias, panorâmico, mas sem ofensas paisagísticas (fálicas ou outras quaisquer) desenvolvendo-se na encosta poente da colina do castelo, desde a Rua dos Fanqueiros até à de S.ª Cruz do Castelo, junto à porta de entrada do recinto amuralhado. O tempo de percurso, tal como no elevador da Glória, seria de um minuto e meio, feito numa cabine confortável e ao abrigo das intempéries. Se tivesse uma paragem a meio do percurso, junto à Rua da Costa do Castelo, poderia considerar-se um mini-metropolitano de encosta, idêntico ao de Lausanne. Trepando desde o lago até ao centro urbano num plano inclinado, tem uma paragem a meia encosta para serventia da estação central ferroviária."

"No sentido de facilitar e ampliar o número de acessos mecânicos directos à Baixa, ligando-a directamente aos cumes envolventes, teria ficado bem ao plano introduzir a proposta de montar um teleférico [2] directo entre a Rua Damasceno Monteiro e o sítio de Martim Moniz, junto a uma das bocas de entrada para o metropolitano aí existentes. Esse confortável e panorâmico meio de transporte rápido e directo, de uso comum diário e também turístico, seria também de execução fácil, baixo custo, ausência de demolições, tempo mínimo de percurso e ligação directa entre a Graça e não apenas a Baixa - carenciadíssima de acessibilidades - como também a rede fundamental dos transportes urbanos de Lisboa. A Graça agradeceria... e a Baixa também. "
São duas ideias singelas que, executadas, proporcionariam uma melhoria no quotidiano das pessoas que vivem na Baixa e nas colinas circundantes, funcionando também como infra-estruturas importantes de apoio aos turistas que nos visitam. Além destas duas ideias, julgo que seria interessante pensar também em soluções [3] semelhantes para a encosta nascente do Castelo, ligando-a à beira rio, onde vai ser criado o cais para navios de Cruzeiro, e também ligando a beira-rio aos Panteões, Nacional e Real. Uma outra ideia seria ligar da mesma forma [4] a Praça Afonso de Albuquerque (onde está o Palácio de Belém) ao Palácio da Ajuda e aos miradouros de Monsanto: uma vez mais beneficiariam os residentes e os turistas.

O prazo do PRACE

Estando em funções há 18 meses, ou seja, já ultrapassado o primeiro terço do respectivo mandato, o Governo continua a derrapar na questão do PRACE.
Se bem que parece que é desta que as leis orgânicas dos ministérios vão ser publicadas (e que constituem o esqueleto de toda a administração central do Estado) o facto é que só hoje foi aprovado o Decreto-Lei n.º 200/2006, que "estabelece o enquadramento procedimental relativo à extinção, fusão e reestruturação de serviços da Administração Pública e racionalização de efectivos".
Além do mais, há ainda outros diplomas que esperam para ver a lei do dia, como o que -eventualmente- resultará da comissão de revisão da administração pública, os que estabelecerão as orgânicas dos institutos públicos, os que estabelecerão os respectivos regulamentos internos, etc. etc.
O ainda Ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, assegura que o PRACE "deverá começar a ser concretizado a partir do final do primeiro trimestre de 2007", pelo que só a partir de 2008 (e do Orçamento de Estado que vier a ser aprovado para esse ano) é que se começará a sentir os primeiros efeitos das mudanças propostas pelo PRACE.
No ano anterior às eleições. Três anos após a tomada de posse.
Mas não se chateiem, a Scarlett deverá continuar a fazer filmes...

Eterno Torino

O Público fez muito em recordar (link) o centenário do Torino. O grande rival da Juventus, foi em tempos uma das maiores equipas mundiais.
Quando a 3 de Maio de1949 o Torino perdeu por 4-3 no Jamor com o Benfica, num encontro particular, tinha no seu onze inicial dez jogadores titulares da selecção italiana.

No dia seguinte o regresso a Itália seria trágico. O avião em que a equipa seguia despenhou-se perto do local onde devia ter aterrado junto à catedral de Superga. Ninguém sobreviveu ao embate. Para ficarmos com uma ideia imaginemos que o avião onde seguia uma equipa como os actuais Inter, Barca, Real, Chelsea, Man. United tinha um acidente fatal.
Em Lisboa o acidente causou dor e consternação. Conta-se que o Paço da Rainha em Lisboa, junto à embaixada Italiana, foi local de rumaria fúnebre durante dias e dias seguidos.
Dia 4 de Maio podia pois ficar para sempre como o dia (Mundial) do futebol.

PSL

Essencial

O Procurador-Geral da República (PGR) de Portugal considerou «essencial» o uso das técnicas especiais de investigação no combate à corrupção, como as escutas telefónicas, esta quarta-feira, em declarações num encontro em Pequim.

Keep Walking

Depois deste fabuloso e excepcional anúncio


Mais um fantástico anúncio ("The Android") da Johnnie Walker da série Keep Walking. A concepção é baseada no livro de Isaac Asimov "The Bicentennial Man"


Julgo que ainda não chegou, se chegar, a Portugal.

Entrevista sobre Pinto da Costa



Um bom aperitivo para o derby nacional.

Quem não viu?

O Sol de sábado no cinzento da manhã de hoje. Em versão outdoor, claro.
Enquanto os restos do verão não nos abandonaram, o Sol ainda brilhou um pouco. Com a chegada do Outono e do tempo cinzento o arquitecto Saraiva rapidamente perdeu o bronze.
Temos pena – como se diz agora – tinha fé que o Expresso fosse mais “apertado”. É uma pena deixar de comprar um bom filme por menos de três euros que ainda traz um gordo semanário agarrado. O frio está a chegar e eu uso sempre o jornalito para acender a lareira…

PSL

terça-feira, 24 de outubro de 2006

N DIAGONAIS V

A prova de que a beleza física não é mais do que isso, física!
Cliquem aqui e vejam o filme.

Blogue do não

Eu preferia que lhe tivessem chamado blogue do sim. Do sim pela vida. Mas não deixaram. Quem não deixou foram os que gizaram a pergunta a ser apresentada no referendo.
Continuo a achar que o problema do aborto não é coisa que se resolva em referendos. Alias, se bem me recordo, a questão já foi referendada. E se Sócrates não cumpre a promessa X, poderia muito bem não cumprir a promessa Y.
O blogue do não (link) é feito por um conjunto de cidadãos livres, independentes e conscientes que não está ao serviço de qualquer partido, credo ou instituição.
Boa iniciativa!

PSL

O engraçadinho

As gargalhadas proporcionadas pelo o episódio de que aqui (link) vos falei são tantas, que hoje terça-feira, ainda há quem não tenha parado de rir.

A minha única duvida…

no meio disto tudo é: Será que no próximo sábado, ao início da noite, a arbitragem do Xistra também será alvo de acusações de plágio?
Em semana de clássico a Norte quem quer saber de acusações de plágios, “amigismos” e putativas pauladas.
É impossível não voltar ao tema, até porque desta vez o Benfica está a explorar muito bem as habilidades de Pinto da Costa. Desta vez ninguém tem duvidas que o clássico do próximo sábado está à partida condicionado. Desta vez é impossível esconder que a arbitragem do último jogo do Benfica estava “encomendada”. Desta vez todos viram que a estratégia foi penalizar fortemente o Estrela da Amadora, para que as injustiças que se fizeram, com a equipa do Benfica soassem a compensação.
Desta vez é inequívoco. Faltava uma semana para o Benfica subir ao palco do Dragão e já estava a ser roubado!

PSL

Eu já suspeito que ele nem ler sabe

Coincidência; Há mais alguém na blogosfera que gostaria de ver Sócrates a ler Maquiavel.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Desnorte

Começo a ficar um pouco mais descansado. Afinal não sou o único. Também Luciano Alvarez sente o mesmo deja vú que eu.
Mas o pequeno texto que assina no publico de hoje é sobre algo muito mais grave do que simples sensações. É de acções que ele nos fala. É obrigatório ler (link) para entender ao estado de pânico a que o governo socialista já chegou.
Já não é só uma questão de incompetência. É de falta de estrutura para assumir responsabilidades topo de gama, como o governo de uma República da Europa Ocidental exige.

PSL

A batalha campal e a táctica “Bimby”


Quinze cartões amarelos, três expulsões!
Foi o resultado da batalha campal (!) ontem na Luz. Contudo, quem assistiu ao jogo, bem sabe que nem uma única entrada violenta aconteceu. Nem sequer uma cena de verdadeira indisciplina.
Há muito tempo que não via uma coisa assim! Sei lá, talvez à cerca de dois anos, na época em que fomos campeões. Nesse ano na primeira volta, não houve jogo em casa em que o Benfica não tenha sido vergonhosamente vilipendiado.
Não foi o caso de ontem. Muito pelo contrario. A arbitragem prejudicou mais o oponente benfiquista. No entanto, tinha ficado claro, desde a semana anterior ao jogo, que Carlos Xistra, o árbitro do encontro, não deixaria os encarnados regressar aos balneários com a equipa completa. Para compensar: uma grande penalidade inventada a nosso favor, dois jogadores do Estrela expulsos e um arbitro em pânico nos minutos finais com cerca de trinta mil vozeirões a dizer que o homem é palhaço. Coitado do circo…
No meio disto tudo, sucede que o arbitro nem é o maior culpado do descalabro.
Tinha prometido que não escrevia mais sobre a personagem, mas não resisto. Definitivamente Fernando Santos não percebe nada de bola. O seu desenho táctico faz lembrar aquela máquina de cozinha magica, a Bimby. Para cozinhar um belo prato é só meter os ingredientes todos lá para dentro carregar nos botões e…magia. Assim é, neste momento o meio campo encarnado. Vão todos lá para dentro, organizam-se sozinhos e depois logo se vê se o adversário deixa ou não que ganhemos o jogo. O de ontem deixou, o da próxima semana duvido.

E quando qualquer coisa corre mal, Santos, culpa sempre, sempre, sempre, os jogadores. Ontem voltou a faze-lo quanto à expulsão, quando podia ter substituído o nervoso Micoli. Assumir os nossos erros é uma coisa tão bela quanto rara.

PSL

domingo, 22 de outubro de 2006

Demagogia feita à maneira

Como bem nota Pedro Correia (link) está foi a pior semana do executivo em funções. E apenas passaram dezanove meses desde que tomou posse. Irra…, parece uma pena eterna, tal como a chuva que hoje não cessa de cair torrencialmente.
Scut´s - promessas que se fizeram sabendo que não podiam ser cumpridas; OGE - erros infantis num documento cada vez mais esdrúxulo e complexo; a vergonhosa polemica em torno do preço da electricidade. Ministros a desautorizarem Secretários de Estado. Ministros a desautorizarem entidades reguladoras. Ministros que se entretêm com teatros de plástico. Trapalhadas, arrogâncias mas acima de tudo, uma sensação que cada vez mais transpira para a opinião publica, de incompetência pura.
Poderá haver pior?
Claro que sim. É só olhar para o lado da oposição para que o ramalhete do caos fique completo. Hoje vemos e ouvimos nas televisões Luís Filipe Menezes, entre outras palermices, a pedir que o seu partido avance com uma moção de censura ao governo.
Esta gente tem noção do ridículo?
Pedir uma moção de censura, para quê, se o governo tem o apoio maioritário da assembleia que a vota?
Para continuar a reinar aos políticos, enquanto os problemas do pais se adensam?
Se a classe política não ganha rapidamente noção da sua natureza, por este andar estamos todos verdadeiramente lixados.

PSL

Os pastores de Arcádia

sábado, 21 de outubro de 2006

Filho, foste citado no Diário de Noticias

A historia já tem uns dias e conta-se numa penada.
Mas trouxe-me à memória aquele episódio do Cavaquismo tardio, quando um ministro que acabou de saber que o era, inchado e ufano, telefonou, algures dos passos perdidos, ao pai exclamando para quem o queria ouvir: "pai, sou ministro!".

Se Sócrates tivesse lido Maquiavel saberia, por certo, que o bem faz-se aos bocadinhos, enquanto que mal deve ser feito todo de uma vez só.
A frase, lida do outro lado da linha do telefone, pareceu-me familiar. Pudera, tinha sido eu que a escrevera e surgia nas paginas do Diário de Noticias de segunda-feira passada.

O que é que tem de especial ser citado no Diário de Noticias?
Aqui não há lugar a falsas modéstias. Fiquei contente com a citação porque demonstra que o ARCÁDIA é lido; e é lido com atenção. Não é uma frase solta, não é um sound byte. É uma frase retirada de um texto forte e elaborado, tão reveladora da natureza de quem nos governa, como do espirito deste blogue. Não foi, por certo, escolhida à toa para encher de negro as alvas paginas do diário lisboeta.

Esta é também uma boa oportunidade para agradecer a quem acompanha o muito que por cá se tem escrito. Muito (e perdoe-me uma vez mais a falta de modéstia) e bom.
Sensivelmente, desde o inicio do verão passado, o ARCÁDIA tem atravessado os seus melhores momentos. Actualmente somos lidos, em media, por cerca de cem pessoas diariamente, o que nos enche de orgulho e satisfação. Mas acima de tudo de responsabilidade. "Cem pessoas, grande coisa", dirão porventura, alguns. Não somos lidos por números, mas sim por pessoas. Ninguém pode desdenhar uma centena de leitores diários. Essa é que é essa.

Esta singela citação vem também sublinhar um aspecto importante. Somo lidos com cuidado e isso faz aumentar a responsabilidade daquilo que aqui se dá à estampa. Sem, no entanto, nunca perder a irascibilidade que caracteriza o espirito "arcádico".
A propósito. Afinal alguém ainda lê o Diário de Noticias. Se não fosse o meu pai…

PSL

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

A não perder

Quando os ministros são os bobos da corte


Chegámos a um tempo em que já nada espanta!
Hodiernamente um jogral a fazer de ministro ou um ministro a fazer de jogral é a mesma coisa.
Quem ouviu o bloqueado de esquerda, cabecilha do teatro (de) plástico, facilmente o confundia com um ministro. Que pose de Estado. Que brilhantes argumentos. Um jogral a fazer de ministro. Belo.
Lembram-se do governo do meu homónimo Santana? Aquele, apelidado do governo dos trapalhões?
Parece que já ninguém se lembra das trapalhadas de Santana. É natural. A traz de mim virá que bom de mim fará. Não diria tanto, mas adágio, adágio é!
Então, o que pensar de toda esta parodia em torno do preço da electricidade?
Um ministro liberaliza, depois os espanhóis pensam em vir atacar o mercado. Um secretário de Estado diz que aumenta muito o preço, os espanhóis esfregam as mãos. O povo berra! Depois vem outro ministro dizer que o aumento é excessivo e o primeiro ministro da história afinal recua, com aquele ar de turista acidental, e diz que afinal o aumento é só metade do previsto. Pelo meio alguém diz que teve “um dia mau”. Um dia mau?
O povo ri a bandeiras despregadas, bate palmas e pateia. Há até papalvos que ficam com ideia que afinal o governo é bonzinho porque só vai aumentar o preço da electricidade…, em metade do valor previsto.
É um regabofe pegado. É um circo. É (quase) Natal, e ninguém leva a mal.

PSL
O último filme de Bigas Luña promete...

...com Verónica Echegui, versão aumentada, a vários níveis, de Penélope Cruz.

História da Pómanidade

Para a eternidade, o Nada criou Deus...



Inventou o Homem...



E Deus Criou a Mulher...



E no Fim o último Homem criou a História da Humanidade.



Agora, experimentem fazer o 'era uma vez' desta novela de forma inversa, de baixo para cima e da direita para a esquerda. Qual delas a mais verdadeira?

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A santinha

Esta coisa da blogosfera tem coisas giríssimas.
Como todos sabem a putativa (ou não putativa, sei lá) namorada do Primeiro-Ministro escreve no blogue Glória Fácil.
Não sou cliente habitual da casa. Parece-me ser daqueles blogues que não aquecem nem arrefecem, muito pelo contrário.
Mas hoje, sinceramente, gostei de ler o post de Fernanda Câncio parolidades (link), donde destaco:
(...)ser infiel é, pois, ser desleal. mentir, ocultar, retirar ao outro a possibilidade de decidir com base na informação toda. é fundamentalmente uma forma de desrespeito, indiciadora de uma falha de carácter. não é para poupar o outro que o infiel mente, mas para se poupar a si a incomodidade de ter de conviver com as consequências previsíveis da revelação.(...)
Se bem entendi, o post trata do execrável Jura da SIC, da anormal normalidade da infidelidade e da presumível presunção de superioridade dos seus adeptos.
Mas já agora e como (segundo a generalidade da comunicação social) a senhora partilha a cama e a mesa do senhor Primeiro-Ministro, ou seja é íntima, digamos, do senhor, reconhecidamente um mentiroso profissional, gostaria de saber o que a senhora pensa da mentira em politica?
É assim tão péssima, como a infidelidade? É má, e faz mal? É boa, e sabe bem? Ou não tem opinião?

PSL

N DIAGONAIS IV



Ontem à noite, peguei neste disco compacto e pus-me a ouvi-lo com o objectivo de tornar o meu ambiente de trabalho em conformidade com o meu destino noctívago: ler um circunspecto artigo científico. Erro tremendo! A Suzanne acorda-me, The Stranger Song alerta-me, So Long Marianne traz-me recordações surpreendentes, a letra de Bird On A Wire levanta-me em voo divagado, e, já em estado catalítico, adonde fora o artigo científico?, atingia o primor de Famous Blue Raincoat...

Parei tudo, ou seja, o invisível! Não se pode tratar o génio com indiferença. Há mensagens que agigantam demasiado o mensageiro para não darmos por ele.

Há Liberdade (XLII)

à_espera_por_joao_radich

À espera por João Radich

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Campo Contra Campo (LXV)

Ainda sobre a A Dália Negra e a provar que o filme é bem mais rico do que pareceu a muitos, deve ser lido este excelente post (link) de Sérgio Lavos no blogue Auto-Retrato. [conhecido via Corta-Fitas]

Sem vírgulas engole-se melhor

Um bando de gente que paga as ganzas que fuma com o dinheiro dos subsídios camarários entregues para a realização de peças de teatro experimental ao gosto de gente que acha que a cultura só é boa quando é apreciada por menos de 1% da população portuguesa ocupou uma sala de teatro camarária.
Um bando de gente nepotista que acabara de receber mais um subsídio camarário ocupa um teatro camarário porque não quer geri-lo nem quer que outros que não a Câmara que lhes dá o subsídio o giram.
Um bando de gente ocupa um equipamento cultural público tomando-o como refém não permitindo que aí se realizem espetáculos de qualquer tipo porque não querem que aí se realizem espetáculos a não ser os do seu tipo.
Um bando de gente ocupa um prédio que não é seu ansiando ser expulso pela polícia de intervenção em directo no telejornal para se trasmutarem de delinquentes em vítimas para assim poder exigir um tratamento mais favorável que aqueles a que teriam direito caso não fossem vítimas.

Enfim, birra de adolescente que diz: "pai, hoje fiz 18 anos, já sou adulto, tens de me aumentar a mesada"

Arcadia Lusitana

Paineleiros e paineleiras

É verdadeiramente hilariante acompanhar a histeria da comunicação social em torno da patética ocupação, por meia dúzia de xungosos de um teatro nessa longínqua terra que é o Porto.
Em qualquer país minimamente civilizado os paineleiros e peineleiras que ocupam o Rivoli já tinham sido corridos com meia dúzia de bastonadas nas orelhas, pois têm muito boa lombeira para isso.
Mas como do outro lado da barricada estão outros tantos paineleiros e paineleiras, cuja diferença para os primeiros só reside no número de banhos que tomam e na indumentária que vestem, o circo continua.
A questão do Rivoli tem solução. E passa pela demolição do edifício, dos seus funcionários, dos okupas, de Rui Rio, da Ministra da coltura e de toda a chularia que vive à custa do orçamento e nada produz.
E não me perguntem o que significam os termos paineleiro e paineleira. Mas deve ser uma coisa muito má.

PSL

terça-feira, 17 de outubro de 2006

N PERGUNTAS XXVIII

Se as ondas fossem constantemente longas e perfeitas, o surf seria o mesmo?


Campo Contra Campo (LXIV)

The Black Dahlia - A Dália Negra, ****

Ver o complexo mas fascinante filme de Brian De Palma é um exercício divertido a vários níveis.
Desde logo, a bem da honestidade intelectual, devo dizer que tal como a maioria dos espectadores tive vários problemas em entender a estrutura complexa da narrativa. Só após alguns minutos de amena cavaqueira, com alguém especialista em puzzles difíceis, compreendi alguns subtis pormenores que fazem toda a diferença.
São duas as questões que me interessam quanto a esta película. Por um lado, o eterno problema do papel da crítica cinematográfica. Por outro, procurar indagar porque é que The Black Dahlia não é uma obra-prima.
Quem lê, ouve, vê os críticos, não pode deixar de ficar contaminado pelas suas analises nem sempre objectivas. O crítico é um crítico, mas também é uma pessoa humana. Com defeitos e feitios. Com qualidades, com lacunas.
Os críticos dividem-se quanto à qualidade deste filme. Não podem!
Os críticos podem gostar mais ou menos do que viram com base no seu gosto pessoal, mas não podem mentir, omitir, sonegar, errar nos aspectos objectivos da crítica. Ou então…, não foram sujeitos ao diálogo com o objecto que criticam.
Por exemplo: há um rapaz, que muito bem se apresenta nas noites de quarta-feira na RTPN, e se diz critico de cinema. Penso que se chama Tiago Alves. Este jovem de verbe cara e gravatas italianas, disse para quem o queria ouvir, que miss Scarlett Johansson (digo já - para não começarem a pensar coisas… - que neste filme apresenta um paupérrimo trabalho) não representa um papel principal, mas sim secundário.
Três hipóteses: Alves não viu o filme. Alves nada percebe de cinema. Alves nada percebeu de A Dália Negra. Inclino-me para algo entre a segunda e terceira hipóteses.
De facto Kay Lake, a personagem encarnada por Scarlett Johansson, é centro de gravidade, eixo principal, de todo o argumento (não posso falar de um livro que não li…). De tal forma que no final, a morte de Elizabeth Short, parece ter sido a encenação de um pequeno pormenor no meio do fabuloso destino que sorri à menina Lake. Ela manipula. E fica com a casa, o dinheiro, com o homem, e, sobretudo, fica viva. Kay Lake é a chave de The Black Dahlia.

Isto conduz-nos directamente à segunda questão: Porque é que The Black Dahlia não é uma obra-prima?
Esteticamente rigoroso. Cinematografia clássica mas desempoeirada. De uma riqueza absurda nos pormenores. Planos inesquecíveis.
Mas…, Josh Hartnett (ridículo), Aaron Eckhart (fracote), e essencialmente Scarlett Johansson não têm estofo nem andamento para o rigor de De Palma. Ficam muito longe de um mínimo indispensável para entrar no Olimpo. Ao invés de Mia Kirshner e de Hilary Swank. Sobretudo esta, no papel da estranha Madeleine Linscott. De um rigor absoluto, só ultrapassado pela esquizofrenia desenfreada da sua mãe (uma magistral Fiona Shaw).
Em suma: as más representações condenam o filme de De Palma a ser apenas excelente.

PSL

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Um céu que não esqueceu

Um anúncio para Portugal, do Instituto de Apoio à Criança, contra o abuso de crianças. Um anúncio fantástico que, confesso, não o compreendi totalmente quando o vi a primeira vez, induzido pelo título do anúncio: "Alzheimers". Fiquem atentos a este anúncio, o qual não sei se já passou nas televisões portuguesas ou se ainda irá passar.







Para mais informações, vide a agência Leo Burnett (provavelmente, o melhor sítio da internet do mundo:-) e o sítio da Ad-Awards.

Campo Contra Campo (LXIII)

Tratam-na mal. Tratem-na mal!


Jenny Schecter


Elizabeth Short


Mia Kirshner

Porque ela gosta. Nós agradecemos. E queremos mais.

Excelente

Os retratos do trabalho no passado em Portugal de Artur Pastor no abrupto.

Música do fim-de-semana

Maybe Not - Cat Power

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Há Liberdade (XLI)

pq_nem_sempre_corre_bem_por_tiago_silva

Porque nem sempre corre bem por Tiago Silva

Da relatividade

Anda por ai meio mundo, muito intrigado, com o facto de as ruas se encherem de gente que está contra as politicas governativas, enquanto as sondagens continuam a dar maiorias absolutas ao PS caso houvessem eleições por estes dias.
Mas tudo é relativo.
Serão cem mil pessoas muita gente? E, cem mil pessoas a chamar mentiroso a um primeiro-ministro rabino, insolente, mal formado e mal criado? Será relevante?
Eu acho que cem mil é pouco. A chamar mentiroso ao homem muito menos. Quase irrelevante. Porque eu, e por certo muitos como eu, também têm vontade de sair à rua “chamar nomes” a Sócrates.
E tenho tais ganas, porque há medida que os dias passam se vê com mais nitidez a lastima que é este governo.
Uma vez mais, como bem tem notado muito comentadores, estamos a perder uma soberana oportunidade para reforma a sério em vez de andar a brincar ao governo de países.
Se Sócrates tivesse lido Maquiavel saberia, por certo, que o bem faz-se aos bocadinhos, enquanto que mal deve ser feito todo de uma vez só.
E o que vemos nós? Sócrates a fazer precisamente o contrario!
Se o pânico já está instalado entre o funcionalismo, avance-se. Mas como pode correr que nem sequer ainda sabe gatinhar?
Como bem nota VPV no Publico de hoje (link) esta é a realidade:
As "reformas" que por aí se apregoam como exemplo de coragem política, além de impostas por Bruxelas, são "reformas" de superfície e, por natureza, reversíveis.
Nada o impede de sonhar e de trazer o MIT para Portugal. Acontece que a "modernidade" não se importa ou se fabrica pela vontade de um governo qualquer, como o dr. Cavaco com certeza não se esqueceu. Num país com 750.000 funcionários públicos, a verdadeira "revolução" não é "tecnológica" ou "científica", é a libertação da sociedade de um Estado que a sufoca e de que ela depende. Ora, nesta matéria, Sócrates não se atreveu até agora a tocar. E o adiamento, anunciado ontem, da "reforma" da administração central para o fim de 2007, a um ano de eleições, significa no fundo que, por convicção ou impotência, se resignou, ou prefere a velha mediocridade portuguesa.

De facto, este governo merece todo o mal que lhe façam. E merece por mérito próprio. Por ser inapto e incompetente. Serão cem mil pessoas muita gente?
Claro que não! A agitação social, o protesto de rua está definitivamente na moda.
Alias, se os funcionários não existissem, este Governo teria de os inventar, como bem nota Rui Ramos no seu texto de quarta-feira passada também nas páginas do Publico.
Para compreender melhor, porque é que cem mil pessoas não são assim tanta gente e a próxima maioria absoluta está asseguradíssima vale a pena ler com atenção o resto do escrito de Rui Ramos (link).

PSL

Juízos de facto e juízos de valor

Os novos inquisidores, leitura obrigatória de Pedro Arroja no blasfémias.
Algo me diz que será dos posts mais linkados, citados e comentados por essa blogosfera fora.

N PERGUNTAS XXVII

The Times October 07, 2006

Why say no to free money?
It's neuro-economics, stupid

By Mark Henderson

IMAGINE that you are sitting next to a complete stranger who has been given £10 to share between the two of you. He must choose how much to keep for himself and how much to give to you.

He can be as selfish or as generous as he likes, with one proviso: if you refuse his offer, neither of you gets any money at all. What would it take for you to turn him down?

This is the scenario known to economists as the ultimatum game. Now the way we play it is generating remarkable insights into how the human brain drives financial decisionmaking, social interactions and even the supremely irrational behaviour of suicide bombers and gangland killers.

According to standard economic theory, you should cheerfully accept anything you are given. People are assumed to be motivated chiefly by rational self-interest, and refusing any offer, however low, is tantamount to cutting off your nose to spite your face.

Yet in practice derisory offers are declined all the time. Indeed, if the sum is less than £2.50, four out of five of us tell the selfish so-and-so to get lost. We get so angry at his deliberate unfairness that we are prepared to incur a cost to ourselves, purely to punish him.

Homo sapiens is clearly not Homo economicus, the ultra-rational being imagined by many professional economists.

[mais]

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Olhó esperto

Essa sim!
Seria uma enorme concorrência ao Cosme Damião

Mais Oxigénio...

...em O2 banda larga.

Viva a festa

O Parlamento Europeu rejeitou hoje uma proposta que previa a proibição das touradas, no âmbito de um relatório sobre o bem-estar dos animais.


Tremenda vitoria para os amantes da tauromaquia; terrível derrota para a meia dúzia de loucos fundamentalistas, que por não terem mais nada que fazer, insistem destruir uma estranha forma de vida.
Não encontro diferença entre um fundamentalista islâmico e um activista anti-tourada. As motivações são as mesmas. Os meios de luta vão variando.., até um dia.

PSL

Música para vários fins-de-semana

Another One Goes By









da banda columbiana (de Washington D.C.) The Walkmen

À atenção dos meus dois companheiros

Na sua série sobre grandes portugueses, o Insurgente propõe João Alexandre “Dapin”.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Metáfora polivalente

Entre o desejar e o dever

...ou quando o Bodyboard é substituido por um novo canudo.

N LEITURAS III

Sobre a qualidade da democracia, a ler o artigo de Joaquín Estefanía, hoje no El Pais.

Os Grandes Portugueses, na RTP

Este tipo de iniciativas são positivas, apesar de alguns inconvenientes menores, particularmente no período pós-resultados. A positividade resulta sobretudo do facto de estas votações serem populares, livres e universais, para além do reforço da identidade e do conhecimento nacionais promovido pela busca do português a eleger. Como tudo o que é aberto, livre e democrático, está naturalmente mais sujeito à crítica, sobretudo negativa, e a influências com pendor emocional ou mesmo jocoso.

Até ontem, uma grave omissão constava da 'lista de sugestões' de voto feita pelo painel da organização da RTP: não constava os nomes de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Foi mais um sucesso, ou uma vitória para os mais triunfalistas, da blogosfera na guerra das influências das agendas nacionais. Mas na minha opinião, as omissões continuam, não porque sejam presenças obrigatórias per si, ou porque à partida mereçam um lugar de tanto destaque que é quase impossível não constarem dentre os mais votados. Há omissão pela razão dos pares que constam na lista. E não se trata de gostar mais ou menos de futebol, literatura, política, moda, ou seja o que for. E até nem se trata de não se ter vivido na época ou conhecer-se mal as pessoas, porque as omissões que considero existirem são do nosso tempo: a mais importante para mim é a do José Pacheco Pereira, mas outras existem como Almeida Santos, D. Afonso V, Ernãni Lopes, ou mesmo José Sócrates (pelos mesmo critérios da sugestão de Durão Barroso).

Contudo, a mais gritante é mesmo a omissão de Pacheco Pereira, um português que, quer se queira ou não, será uma referência incontornável da era contemporânea portuguesa, mas, como acontece a todas as cabeças livre-pensantes, raramente são universalmente reconhecidas no seu tempo. Porque precisamente, em muitas ocasiões, criticam e combatem o seu próprio tempo e os que nele habitam. Todavia, penso que esta referência não deveria passar despercebida à RTP, não obstante se não ter esquecido do seu ascendente Duarte, e assim deve ter entendido que fica tudo em família.

Por último, dois palpites. Primeiro, para dizer que tenho poucas dúvidas quanto à vitória de D. Afonso Henriques (eu sei que é arriscado dizê-lo agora, mas assim o faço) - apesar de suspeitar da concorrência de Eusébio. Segundo, que esta votação irá agitar por alguns dias a blogosfera, sobretudo se Oliveira Salazar conseguir um lugar no top five, como suspeito que será muito possível de vir a acontecer. É que uma das características da blogosfera é a sua imensa previsibilidade. Por isso mesmo, cá está, desconfio que este post no futuro próximo ainda virá à baila...por mim, provavelmente.

Por último último, e para minimizar as minhas omissões, votei em D. João II.

Cidadaniar

Quantos cliques efectuamos por dia num periférico, comummente designado por rato?
E quantos deles são inúteis, ou inócuos, ou puro efeito do lazer comodamente instalado?
Se clicarem aqui, ficam a dois cliques de ajudar diversas crianças.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

O video que está a pôr a Espanha a falar dele

O Roubo da Cadeira de Zapatero:

Levántate ZP


Acham que o filme é falso ou verdeiro?
Surprise, surprise....

Campo Contra Campo (LXII)

Deixo de ir ao cinema no dia em que acabarem os trailers.
Por exemplo, o teaser que hoje vos ofereço – até porque a partir de agora o futuro do You Tube ao Google pertence – é desarmante.
Os cavalos a correr, as meninas a aprender, o traveling à lá Malick, Las Vegas em Paris, álcool, alegria, juventude, perversidade. Orgias de som e dança. Batalhas e foguetório. Sensualidade, amor e morte. Tudo temperado com doces guitarras românticas, electrizadas por uma Nova Ordem em auge e êxtase.
Pelo menos para mim, é o filme mais aguardado da temporada.
Senhores e Senhoras, meninos e meninas. Aqui a têm: Maria Antonieta por Sofia Coppola



PSL

Duro

Um responsável do Governo da Coreia do Norte, citado pela agência sul-coreana Yonhap, afirmou hoje que o regime de Kim Jong-il admite efectuar o lançamento de um míssil com uma ogiva nuclear se os Estados Unidos se recusarem a fazer concessões durante as negociações com Pyongyang.

A tensão produzida pelo desenvolvimento do programa nuclear Norte Coreano é altamente preocupante.
Sendo certo que felizmente a Coreia do Norte (e o seu querido líder) está radical e totalmente isolada na sua imbecil cruzada nuclear, a mesma parece apta a produzir fortíssimos danos. Danos esses que poderão não ser apenas políticos.
Nesta tensão a Comunidade Internacional tem de ser dura. E a crise provocada pelo regime de Pyongyang, até poderá ser uma excelente oportunidade para sentar do mesmo lado da mesa vários actuais queridos inimigos.

PSL

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

N PERGUNTAS XXVI

E se o Papa fosse assassinado por radicais islamistas?

E já agora, repito uma pergunta que já aqui fiz: se o que está em causa, nesta era pós-11 de Setembro, é a religião e a cultura, como alguns sociólogos falantes gostam de comentar, porque razão o Vaticano nunca foi atacado?! Será que a culpa é da guarda suíça?

As revoluções liberais ensinaram que a religião e o estado não jogam. Um dia espero que seja conhecimento assente para todas as pessoas que a política e a religião são, e devem continuar a ser, campos distintos em qualquer decisão ou política públicas a favor do bem comum.

Com a sensibilidade para a insegurança em tão alto grau frenético nas sociedades de hoje, tanta que já as palavras de um chefe supremo religioso matam os seus acólitos (Torquemada mudou de nome, para Terrorrista), estou convencido que bastava um atentado ao Papa, uma bomba na Capela Sistina ou um tiroteio na Praça de S. Pedro, para que toda a situação mundial involuisse em uma jihad generalizada e fortuita. Aliás, e as instituições não se ficarão pela sepração do 'estado' e da igreja. A semana passada assistiu-se a uma reacção e destaque de Durão Barroso sobre o não alargamento da UE no médio prazo (referindo-se obviamente à Turquia), com uma oportunidade muito duvidosa. Na verdade, foi uma retaliação da reacção radical islâmica ao discurso do papa na sua nação natal. As palavras e o contexto extravasam as entrelinhas.

Portanto, estas perguntas têm todas razão de ser. Se houver um ataque violento na Europa a um conjunto de pessoas ou lugares católicos, tais actos contribuirão para os 'cristãos' cerrarem fileiras, convergindo católicos praticantes e não praticantes e a religião católica ganhava bastante com isso. A análise clássica da História diz-nos que, até uma determinada dimensão, aqueles que sofrem os ataques da 'guerra suja' são os mais beneficiados por eles, caso tenham poder militar similar ou superior. Este é o paradoxo do ataque terrorista, não sendo, per si, um ataque de guerra convencional.

A religião, muito provavelmente, será a causa de extinção da humanidade. O pior de tudo, é que tal verdade nunca será reconhecida, pois quando acontecer, já não restará por cá ninguém para a reivindicar. É uma espécie de reverso da fé religiosa: esta, encontra sempre uma razão actual(izada) para tudo o que acontece no mundo (agora, nova versão da teoria da origem das espécies, até a razão da razão é produto de Deus!), é a eterna falácia da contemporaneidade. E eis a razão do seu sucesso (pois quem sabe o que lhe vai acontecer no futuro?), por outro lado, a causa religiosa da extinção humana, não encontra nenhuma razão para que haja uma razão para ter resposta para tudo. Toda a religião tem implícito um conceito de totalitarismo, a diferença entre elas é que, umas são beligerantes, outras já deixaram de o ser.

E o futuro?... De um novo clarão far-se-á uma nova luz... ilumminando um vasto deserto de terra, que substituirá o vasto deserto de ideias líderes em que o mundo mergulha. Que esperança existe, então, para nós, espécie humana em queda para a desgraça? No céu não é de certeza, quem é astronauta sabe-o melhor do que ninguém. E outra coisa é certa: quando os cidadãos demitirem a política laica da sociedade, o melhor é prepararem-se para uma nova guerra... municiem-se com armas e palavras, evitem os pregos e fujam das cruzes. Parece apocalíptico, mas não é, o mundo sobreviverá, mas sem homens em terra, ou seja, sem religião. A questão que se coloca, neste contexto, é saber se é possível não coincidir o fim da religião com o fim da humanidade.

Músicas do fim-de-semana

- "Coin Operated Boy", The Dresden Dolls

- "Nobody Move, Nobody Gets Hurt", We Are The Scientists

-"A Million Pieces", LoveLikeFire

- "Acho Um Pouco Bom", Cansei de Ser Sexy

- "Kanon und Gigue in D-Dur für drei Violinen und Basso Continuo", Johann Pachelbel (piano de Lee Galloway)

Só não é porque...

À questão do Pedro sobre os apupos a Sócrates ("e se fosse?..."), podemos fazer corresponder uma resposta, no Bloguítica:

Prestar igualmente muita atenção ao que se está a passar com a agência LUSA. Ler «Editor de política da agência Lusa demitiu-se», por Paula Sá (DN, 7.10.2006: 40). A demissão de Nuno Simas, de editor de política, a editoria mais importante, não ocorre de forma pacífica. Há denúncias preocupantes de actos de «intromissão» por parte do director de informação, Luís Miguel Viana, nas diferentes editorias. Acusações, refira-se, sobre as quais seria importante conhecer mais detalhes..Vale a pena recuar alguns meses, mais concretamente até Abril deste ano. Noticiava, na altura, o jornal PÚBLICO: a decisão de convidar Luís Miguel Viana para director de informação da agência LUSA «envolv[eu] directamente o gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates» (27.4.2006: 42).Sobre estas acusações, nunca desmentidas pelo gabinete de José Sócrates -- ao contrário do que aconteceu com as acusações posteriores de Eduardo Cintra Torres envolvendo a RTP -- e sobre o papel da ERC, vale a pena (re)ler isto.

É certo que a esfera da questão não coincide completamente com a da resposta, é apenas um "eclipse parcial". Mas todos sabemos que mesmo os eclipses parciais causam alguma penumbra em pleno dia...

E se fosse

…por exemplo, com Santana?
Ou vá lá, com Durão?
Ainda alguém se lembra do chinfrim, por causa de meia dúzia de assobios, que este ultimo recebeu na inauguração do novo Estádio da Luz?
O condicionamento político da informação também passa por aqui. A analise da mesma idem.

PSL

Nunca é tarde para aprender

Por isso é obrigatório ler a longa entrevista que Miguel Anacoreta Correia (link) dá à Alameda Digital.

E mai nada

“Os militares acabarem por não serem ouvidos”.
Pivot do Jornal da TVI há momentos…

Do condicionamento político da informação

Muito importante a leitura e analise da crónica de Eduardo Cintra Torres no Público (link indisponível) de ontem:

A blogosfera tem revelado atenção ao condicionamento político da informação, nomeadamente na RTP. Nem sempre dados e comentários são os mais correctos, mas a internet divulga e amplifica a preocupação e o interesse analítico, às vezes rigoroso, de muitos cidadãos. Com uma blogosfera activa, torna-se mais difícil aos poderes e aos que vergam às pressões nos media tradicionais fazer passar propaganda e malabarismos informativos. Esta atitude activa da blogosfera é tanto mais importante quanto uma parte significativa da imprensa tradicional se alheia, incrivelmente, deste tipo de análise, fazendo um jornalismo sobre TV muito desviado da realidade: nas últimas semanas, recebi duas dúzias de telefonemas de jornalistas de outros media interessados em saber, ou sobre a minha carteira profissional de jornalista, ou a minha opinião sobre os Morangos, Floribella, Jura, "guerra" SIC-TVI... mas nada sobre o condicionamento político da informação - que é um tema de interesse activo para quem lê jornais, como se vê pela blogosfera.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Terrível duvida

Estou mesmo baralhado. Não sei se votarei no Vasco Santana, no Joaquim Agostinho ou no Zeca Afonso.
É incrível. As idiotices que são subsidiadas pelo dinheiro dos meus impostos. Uhhhhhh, acho que vou botar no Otelo.

PSL

Bem me quis parecer que a coisa não era normal, e era importante

A manifestação dos professores não foi apenas uma manifestação bem sucedida para os sindicatos, não foi apenas a "maior" manifestação dos professores, foi um elemento qualitativamente novo na análise da situação do nosso ensino
E Pacheco Pereira não se fica por aqui. Diz muito mais. E muito bem.

PSL

O cantinho do sindicalista

"Autista, mentirosa e ditadora".
São os mimos, escarrapachados na primeira pagina do Publico, dos sindicatos da educação, para a ministra da mesma. A foto que acompanha o destaque impressiona. Uma marcha, de soldadinhos da esquerda, folclóricos e floridos que a fazer lembrar aquela musica de sucesso: "abram alas ao Noddy!!!".
Ontem tivemos uma esmagadora vitoria do sindicalismo. Todos nos lembrarmos do "manifestodromo" da cinco de Outubro repleto de manifestantes profissionais de cavaquinho na mão, lenço na cabeça e rima fácil. Não foi o que se passou ontem no dia de comemoração do "implante" da Republica. Ontem foram, de facto, os professores que saíram à rua.
E este governo merece! Merece isto e muito mais. Pois não é apenas a Ministra da Educação que é "autista, mentirosa e ditadora". É um governo inteiro que é autista, mentiroso e prepotente. Merece ter na rua professores, juizes, policias, técnicos, varredores de rua, médicos, enfermeiros e toda a tralha publica de que não se quer ver livre.
O Governo do Eng. Sócrates faz lembrar um velho babão, que diz que faz, diz que faz, mas nem faz nem sequer manda fazer. Cada vez fica mais claro que a estratégia de Sócrates é mudar tudo de lugar para que tudo fique na mesma. Só não vê, quem não quer!
Dá muito mais trabalho reformar de vez a administração publica, pondo na rua quem nada faz ou não tem competência para tal e valorizando quem de facto merece, do que gozar com o Zé-povinho dando uma migalha com a mão para em seguida retira-la com outra.
O balanço desta incompetência latente é dramático para o regime democrático. As sondagens não mentem. Á esquerda do PS o crescimento é esmagador. Falar do PSD ou falar do PS é a mesma coisa. A direita, enquanto o seu Fernando Santos estiver ao leme, não existe!
Daqui por seis ou sete anos, quando Sócrates enfim nos deixar, o que restará?

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

República ao serviço da "res publica"

Alguns portugueses de boa vontade acreditaram que a República era a solução para os males da nação. Ao ver o regime monárquico dos Braganças dar cobertura a ditaduras sucessivas, preconizavam a República como meio de obter uma certa conquista: a igualdade de oportunidades.
Foi assim que, nos primeiros anos da República, Portugal viu serem reconhecidos direitos civis a quem não os tinha, foi assim que o Estado Português se libertou da Igreja, foi assim que o nascimento não mais significou a obtenção de privilégios hereditários.
Porém a República falhou em Portugal.
Não por ser a República, mas por ser em Portugal.
É como os fundos comunitários, que resultaram em Espanha e falharam em Portugal.
Portugal foi vítima durante séculos de uma contínua limpeza do seu carácter empreendedor e progressista. Primeiro D. Manuel I e depois D. João III. Mais tarde D. Maria I. Já no Século XX, Salazar.
Portugal transformou-se num asilo de pobres de espírito, já que os empreendedores - vendo a masmorra intelectual que os envolvia - rapidamente zarparam para outras paragens, enriquecendo outros países e contribuindo para a criação de novas nações, como os Estados Unidos da América.
Ficaram cá os descendentes - não dos navegadores - mas daqueles que tinham medo de sair de casa. Daqueles que urravam padres-nossos ao mesmo tempo que queimavam bruxas, judeus, livre-pensadores, cientistas, hereges, empresários, etc. etc. .
Ficaram cá os descendentes dos invejosos, dos mesquinhos, dos avarentos, dos corruptos, dos que compravam bulas para comer carne durante a Quaresma e dos que as vendiam.
De entre estes todos, nasceram dois grupos. O escol, constituído pelas nobrezas - hereditária e adquirente - e o resto, os excluídos, exilados por uma força centrífuga para o mundo do analfabetismo, da miséria e da indigência.
Foi contra tudo isto que a República nasceu. Pela igualdade de oportunidades, pela liberdade de pensamento, pela solidariedade entre os que têm para com os que nada têm.
Nasceu manchada de sangue, é verdade. Esse é o preço do voluntarismo: há sempre gente pronta a assumir-se como a justiça.
Mas deu-nos mais do que aquilo a que nos habituámos a ler nos livros de História escritos por aqueles que aprenderam História com os inimigos da República: a gente do escol, perpretadora da instabilidade subterrânea que minou a liberdade pós-1910, a gente de Salazar.
A República deu-nos a centelha que arde em nós: a vontade de nos superarmos, o arrojo de lutar pela igualdade de oportunidades, o sonho de tornar Portugal o país dos portugueses e assim sermos vitoriosos onde 1910 falhou.
Por isso não posso deixar de dizer hoje:
abaixo o Reino de Portugal, abaixo a República Portuguesa,
Viva a República dos Portugueses!
Evocação da humildade

Quando vi este video n' O Insugente, recordei-me do meu post e evoquei a minha humildade. Teve que ser, pois não queria injuriar ninguém.

5 de Outubro de 1910, a revolução da bandalheira

bandalho s. m., homem andrajoso; desprezível; fig., pessoa sem dignidade nem pundonor; pessoa indecente.

A República faz hoje noventa e cinco anos. Depois de uma infância pobre e desgraçada teve uma adolescência conturbada e problemática Ao entrar na idade adulta, sofreu um rude golpe ao ser atirada para uma ditadura campónia e imbecil. Apenas se libertou desse jugo já era idosa; tarde demais para se recompor e viver uma velhice digna. Hoje a República mais não é do que uma anciã cansada, gasta e entrevadinha que perdeu a esperança numa vida salubre. É pobre. Está podre e fede. Como se dizia antigamente anda pelas ruas da amargura.
Sempre soubemos que naquele dia 5 de Outubro de 1910, meia dúzia de pategos, arruaceiros e bandalhos, saíram à rua para proclamar a dita. Mas hoje sabemos muito mais. Ou melhor, só não sabe quem não quer.


Como bem nota Rui Ramos na Revista Atlântico deste mês, “a chamada implantação da Republica em Outubro de 1910 não representou um passo em frente na progressão cívica imaginada pelos libertadores, mas um violento passo atrás (…)”. O iluminismo constitucional (Liberdade, igualdade, fraternidade) já era característica e qualidade do período da Monarquia constitucional.
Tal como hoje é claro que o assassínio do Rei D. Carlos, em 1908, foi obra de bandalhos ligados à Maçonaria, por via da carbonária – apenas indirectamente conotados com os ideais Republicanos, claro é também que os bandalhos do Partido Republicano Português nada mais desejavam que tomar de assalto o poder, restringindo com violência – por vezes bárbara – os direitos cívicos elementares, já há época assegurados, ainda que por um regime frágil e decrépito.
A bandalheira foi de tal ordem que, ainda segundo Rui Ramos, “(…) em 1878, sob a monarquia constitucional, 72% dos homens adultos dispunham, de direito de voto; em 1913, sob a Republica apenas 30% (…)” dispunham desse direito fundamental.
A República faz hoje noventa e cinco anos. Como sempre haverá festarola. Digna do que se comemora. Este ano até um desfile de carros antigos (link)
Um desfile de carros antigos para comemorar o regime. Só visto. Só na Republica Portuguesa!
Nunca como hoje, fez tanto sentido recordar a anedota que passo a citar de cor:
O meu pai chumbou no último ano do curso de direito por uma resposta considerada insolente. No exame oral, o professor perguntou-lhe. Olhe lá, qual é o maior veneno que você conhece. Ao que o meu Pai respondeu: O partido republicano de que Vexa faz parte.
Hoje, tal como ontem e como sempre abaixo a Republica.
Viva o Rei!

PSL

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Às duas por três…

De vez em quando, a propósito de nada ou de uma coisa qualquer, tropeçamos num blogue desconhecido. E gostamos. Do tropeção e do blogue. Foi o que me aconteceu, um destes dias.
Um blogue que cita João César Monteiro, chama “bandalhos” aos poucos bufos que existem na Judite (link) e ainda vai à Luz sofrer por uma paixão comum, só pode merecer a nossa citação (link).

PSL

Campo Contra Campo (LXI)

Sou obrigado a voltar a Volver (link).
A culpa é de Alexandre Borges e da sua excelente crónica sobre o filme na Atlântico. Alias, era assim que eu gostava de saber escrever algumas notas sobre o cinema que vejo.
O que motiva este regresso é um curto parágrafo dessa crónica que me fez dar um salto do sofá. Não por nada de muito especial. Apenas uma fantástica sensação de deja vú. Na verdade pensei - pelo menos duas vezes - exactamente, rigorosamente, literalmente aquilo que lá escreve Alexandre Borges. E quando escrevi o post nem me lembrei desse ocioso pensamento. Então, é (foi) assim:
"(...)A propósito de Penélope, um aviso: é impossível não rir um pouco de Tom Cruise assistindo ao filme. É mau, é condenável, é rasteiro. Mas é inevitável. Como é que ele deixou fugir isto para ficar com a Katie?(...)"
PSL

Há Liberdade (XXXIX)

[...em movimento…]

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Absolutamente sem palavras

Daqui (link): Recebemos com pedido de divulgação a indicação de que vai ser feita uma homenagem ao Dr. Souto Moura e ao Dr. Agostinho Homem.
O texto em causa é o seguinte:
Cessa funções de Procurador-Geral da República, no próximo dia 9 de Outubro, o Senhor Dr. José Adriano Machado Souto de Moura.
Com o objectivo de homenagear o Senhor Dr. Souto de Moura e de agradecer o inestimável serviço que, ao longo dos últimos seis anos, prestou ao Ministério Público e à Justiça em Portugal, um grupo de magistrados e funcionários da Procuradoria-Geral da República leva a efeito um almoço de confraternização, aberto a todos os que a ele se queiram associar.
A confraternização terá lugar na região de Lisboa, em local a anunciar oportunamente, no próximo dia 21 de Outubro (Sábado), pelas 13 horas.(...)

[negrito nosso]

PSL

...nem é brasileiro.

A ler: Deus não dorme por Pedro Correia no Corta-fitas (link)

No rescaldo do surpreendente resultado eleitoral das Presidenciais Brasileiras ouvi alguém da campanha de Lula dizer algo de extraordinário (cito de cor): “Quem gosta do Brasil, gosta de Lula. Lula é o Brasil”.
Por esta e muitas outras duvido que a arrogância Robinwodesca de Lula desapareça na segunda volta.
Se tal acontecer, e se Deus continuar atento à terra que dizem ser a sua nacionalidade, pode ser que quem, ao fim e ao cabo, acabe por desaparecer seja o próprio Lula.

PSL

Campo Contra Campo (LX)

Volver, ***

Já há muito que estava para suceder, pois por pouco antes não tinha sucedido. Era uma questão de tempo…
Mais tarde ou mais cedo haveria de ser projectada uma sessão unicamente para mim. A luz a penetrar a película apenas para deleite dos meus sentidos. Aconteceu. Ontem, sessão da meia-noite e meia, sala 2 do cada vez mais decrépito complexo Alvalaxia. Centenas e centenas de lugares vazios. Apenas o meu ocupado. E logo para ver um filme pejado de fantasmas

Volver é um Almodovar clássico mas menor. Um argumento que seria excelente se não fosse destrambelhado. A energia dispendida na escrita não foi acompanhada na cinematografia. Estão lá, como sempre, as personagens tipo de uma Espanha que ainda mantém muito do seu passado nos arredores da grande Madrid e na infinita planície. Mas falta audácia numa camera indolente que só a espaços rompe magistralmente a monotonia.
É, como dissemos, um filme de fantasmas. E porque “os fantasmas não choram”, o drama muitas vezes vira comédia. Comédia triste, mas viva de alma e de espírito.
Penélope Cruz tem aqui o papel da sua vida. Mas as outras senhoras são também encenadas com mestria. E é o que fica de Volver. Grandes actrizes acompanhadas de uma vontade de filmar as misérias da vida. E de uma vontade de regressar.

PSL

É já daqui a bocadinho

O regresso de Campo Contra Campo, com Almodovar numa sessão muito especial.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

É tudo falso

No futebol português nem só os resultados são "manhosos": segundo foi noticiado durante este fim de semana, alguns dos presentes oferecidos a árbitros para falsear resultados de jogos de futebol eram feitos de ouro... falsificado.
Espera-se ansiosamente a divulgação do género das meninas de programa oferecidas aos árbitros. Será que eram mesmo meninas?